domingo, 4 de maio de 2008
Recordando o Major Luís de Sousa Moreira
A foto, ao lado, parece apresentar 3 jovens de "férias". Em Nambuangongo.
Às vezes, lá havia uma folga, um dia ou outro em que o sorriso aparecia, já que não nos tinha calhado sair.
E aqui estamos nós, aprumados, como era timbre da nossa companhia, frente à simbólica igreja de Nambuangongo. Eu, o capitão Moreira e o Jorge Ribeiro Aragão.
Retomo, hoje, estas histórias para aqui lembrar que o Homem do meio, o Major Luís Francisco Pinto de Sousa Moreira, deixou-nos no dia 25 de Maio.
Tínhamos estado a recordá-lo na confraternização do 399 realizada no dia 27 em Almeirim, sem sabermos que estaria, nessa altura, a caminho da sua última morada.
Costumo dizer que aprendi muito com os militares. Muito especialmente com este. Disso darei conta nestas histórias.
Há pessoas que aparecem na nossa vida e sentimos que as mesmas são merecedoras da nossa atenção e que iremos aprender muito com elas. Mais tarde confirmamos que nos marcaram.
Porque é que este oficial de cavalaria me marcou? À parte das características de grande homem, como as da capacidade intelectual, valentia, valor ético, etc., gostaria de salientar as que apreciei com mais atenção, colocando em primeiro lugar a assunção das responsabilidades. Este homem nunca pôs a culpa para outrem. Aprendi a ouvir com atenção. Aprendi com ele como apresentar coragem na voz. Aprendi observando naquele modelo que exercia em todos nós uma grande atracção como exemplo. Jamais esquecerei.
Foi o oficial mais aprumado que vi na minha curta carreira militar.
Era um homem livre. Dizia o que tinha para dizer - sempre com extrema lisura.
Esta sua maneira de estar na vida, fez com que abandonasse a vida militar, muito cedo, no posto de major.
Continuarei aqui a escrever, sempre com a sua imagem presente.
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3 comentários:
Caro amigo e companheiro Júlio Paiva, poderia ter colocado um poste logo da primeira vez que aqui vim, mas as coincidências de termos “trilhado os mesmos caminhos” e nos termos cruzado na Quibala Norte, sem que nos ficássemos a conhecer, adiaram-no. Aconteceu quarenta anos depois.
Hoje voltei, e ao reler “não foi My Lay” e o que escreves sobre o Major Sousa Moreira, recordo-me de episódios idênticos uns, tristes outros, Homens como ele, muitos, e também que foste um dos que recuperou parte do armamento perdido, quando da morte de sete soldados da minha CCAÇ 194, do Batalhão 198, no local onde faziam o abastecimento de água para o quartel na Quibala.
É bom que haja quem saiba e relate na primeira pessoa, sem fantasias. Não os relatos que nos envergonham e empobrece os combatentes que fomos.
Congratulo-me por ver espelhada a verdade nos teus escritos e também por sermos amigos.
Virei sempre que tiver tempo para te ler.
Abraço fraterno
Victor Santos
Devo uma pequena correcção, o Batalhao que indiquei, era on 184 e não o 194, este último, era o número da minha companhia da altura.
As minhas desculpas, mas 45 anos, fazem aparecer diferenças destas.
Aquele abraço amigo
V.Santos
DEvo em pequeno
Penso que tenho um automóvel que pertenceu a este sr Major Luis moreira
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