Depois de largo tempo sem escrever algo, retomo hoje a escrita, relatando o nosso último almoço convívio em Fátima e referindo aqui algumas leituras que tem sido efectuadas por pessoas que na sua pesquisa internética deparam com termos com que se relacionam.
Fiz aqui referência à existência de um Destacamento de Intendência em Nambuangongo e de um capitão que o comandava. Não referi o nome. Pois o filho do referido capitão, achou interessante o relato aqui colocado e agradeceu lhe ter permitido recordar que mais alguém por lá andou na mesma altura do seu pai. Pois, o nosso Cor. Carlos Soares também já nos deixou em 2005.
No diálogo que tive com o filho, referi da intenção do blog que pretendia que quem o lesse pudesse acrescentar algo que servisse para a história. Transcrevo parte do que escrevi para o filho acerca das recordações que tinha do convívio com o pai:
"A história da Intendência em Nambuangongo, deverá ser relatada. Pelo menos, factos que sirvam para realçar o tipo de actividade que desenvolviam os vários sectores da guerra. O seu pai, recordo-o perfeitamente, porque com alguma assiduidade convivíamos, especialmente à hora do chá. O nosso capitão Moreira, que já referi no blog, tinha por hábito (quando era possível) fazer esquecer as agruras, convidar o seu pai para o chá e torradas e era aí que conversávamos. Recordo-o como uma pessoa delicadíssima e atenciosa para os que andavam pelos exteriores do arame farpado".
Relendo estas palavras, reforço o aspecto da atenção que recebíamos por parte, dos que só saíam do "arame farpado" quando eram obrigados por uma qualquer deslocação. Sentíamos que os mesmos percebiam a diferença e procuravam diminuir o esforço que fazíamos em relação às obrigações que tínhamos de "sair para a mata", através da conversa simpática e amena e procurando que não nos faltasse o conforto possível. Como exemplo, recordo a água quente, para lançar no balde chuveiro, que existia sempre quando estávamos para chegar. Aqui andava, quase sempre a mão do alferes António A.
Quanto ao chá, talvez não fosse com a assiduidade que pode transparecer, mas foi uma imagem que me ficou. Duas ou três vezes que essa cerimónia tivesse sido realizada, ficou gravada. Isto de beber chá e comer torradas, em Nambuangongo, talvez muito gente não acredite, mas com o nosso Capitão Moreira era um requinte que lhe assentava bem.
Anexo algumas fotos que simpaticamente João Miranda Soares me enviou, pertença do seu pai e tiradas em Nambuangongo:
Este era o morro onde estávamos (à direita ainda se vê parte da casa onde dormíamos). Na sacristia da capela e por trás dormiam os militares do meu grupo. A pista de aviação terminava aqui nesta subida.
Este era o morro do Comando. À esquerda era a saída para Zala. Para a direita saía-se para o Quixico.
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2 comentários:
Caro Amigo,
Gostei de aqui voltar e ver que já adiantaste um pouquinho este teu blog cheio de recordações.
Continua.
Caro amigo, aqui se fala no tal "mata alferes" José Fernandes, no Alferes Ferrão, que atingido por aquele, na picada entre Mucondo e Lifune Tari, onde estava sedeadao o meu grupo 297 do Batalhão de Cavalaria 350, em Muxaluando. O Alferes Ferrão, comandando o seu pelotão dirigia-se ao Comando e veio a falecer no Posto médico do Tari. Kopekja que, castigado pelo Segundo Comandante, veio a falecer no 345 do Spínola.
Estive em Nambuango, várias vezes.
Como escrevi um Diário de Guerra, em 201O escrevi e publiquei livro que, menciona o Totobola, na versão colhida mesmo em Nambuangongo. Dei ao livro o título: Amor na Guerra, da editora Alfarroba.
Daniel Costa... telf. 932795115
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